BNDES vai atender diretamente provedores com projetos de financiamento de mais R$ 1 milhão

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Data de publicação: 06/02/2018

 

Em três meses, o BNDES deverá lançar uma experiência inédita de atender diretamente os provedores regionais com projetos de financiamento acima de R$ 1 milhão. Até então, o banco atendia diretamente empresas com projetos de financiamento acima de R$ 20 milhões.

Todas as demais empresas eram atendidas pelos seus parceiros conveniados, os bancos, nas chamadas operações indiretas. A exceção que vai ser feita aos provedores regionais, anunciada por Artur Coimbra, diretor do Departamento de Banda Larga da Secretaria de Telecomunicações do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), durante o Encontro Provedores Regionais, realizado hoje, 6, em Ribeirão Preto, SP, é resultado das dificuldades enfrentadas por esses empresários junto aos bancos conveniados para acessar os produtos do BNDES. E por se tratar de um segmento de mercado que, apesar do cenário macroeconômico, vem investindo em infraestrutura em função da demanda aquecida por banda larga.

A mudança da política do banco é resultado de um longo trabalho conjunto entre a equipe do Secretaria de Telecomunicações do MCTIC e a equipe do banco, envolvida com formulação de soluções para PMEs e para segmentos especiais de mercado como o de banda larga. Há quatro anos, o banco já havia incluído a fibra óptica, embora se trate de um insumo e não de um equipamento, no Finame, o que possibilitou a muitos provedores utilizarem o financiamento em seus projetos de implantação de infraestrutura óptica.

A redução do valor das operações diretas para os provedores de acesso à internet permitirá a eles ter acesso ao Fundo Garantidor de Investimentos (FGI), mantido pelo BNDES. Esse acesso será possível a partir do segundo semestre, de acordo com Coimbra.

Desde 2014, o governo tenta construir um fundo garantidor para os provedores, que têm problemas em dar garantias para contratar investimentos, uma vez que os bancos não aceitam as redes de telecomunicações como garantia. Embora já se tenha chegado a uma fórmula viável, por falta de recursos a proposta numa foi concretizada. Agora, finalmente, parece que haverá uma solução, capaz de dar uma grande impulso ao mercado dos ISPs.

Os provedores regionais vêm crescendo, nos últimos anos, na casa dos dois dígitos e respondem por 16% dos acessos de banda larga fixa, de acordo com os dados oficiais da Anatel. Mas como os números oficiais são subnotificados, algumas consultorias, como a Adivisia, estimam que sua participação nesse mercado chega a 25%. Nos municípios com população abaixo de 100 mil habitantes, respondem por mais de 50% do market share de banda larga.

 

Fonte: PontoISP